terça-feira, 7 de outubro de 2008

Ainda sobre julgamentos II

Filosofia

Noel Rosa

O mundo me condena, e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome

Mas a filosofia hoje me auxilia
A viver indiferente assim
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Pra ninguém zombar de mim

Não me incomodo que você me diga
Que a sociedade é minha inimiga
Pois cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba, muito embora vagabundo

Quanto a você da aristocracia
Que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente sendo escrava dessa gente
Que cultiva hipocrisia














Estou feliz. Me sinto com 17 anos novamente. Não tenho mais vergonha do que sinto ou digo. Tenho sido eu mesma por aí e tenho tido menos medo de me expor. Eu não quero sussurar minhas estórias pelos cantos para amigos como se eu carregasse um grande segredo ou estivesse fazendo algo errado. Eu não estou. Me sinto bem. Já não finjo tanto. Já consigo me olhar no espelho. Quanto tempo isso vai durar?
Hoje, tenho um olhar mais distraído que o usual, e por isso menos sofrido.
Vejo o mundo com outras lentes, ou como cantou bonito o poeta:

"Se o mundo é mesmo parecido com o que vejo/ Prefiro acreditar no mundo do meu jeito/ E você estava esperando voar/ Mas como chegar até as nuvens com os pés no chão?"
















Ainda sobre julgamentos, quero um dia sublimá-los. Tento dar alguns passos.

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